Professora do curso de Psicologia Rochele Paz Fonseca indica caminhos para estimular a motivação durante o processo de aprendizagem
Aprender algo novo é quase sempre um desafio. Você certamente terá mais facilidade em algumas áreas e tarefas, e menos em outras. Porém, se você não se sente motivado/a durante o processo, a trajetória deixa de ser prazerosa e a aprendizagem acaba sendo prejudicada. Quando o assunto é estudar uma nova língua, por exemplo, não é diferente.
Para te ajudar a manter o entusiasmo, convidamos a professora e pesquisadora do curso de Psicologia / Programa de Pós-graduação em Psicologia (Cognição Humana) da Escola de Ciências da Saúde e da Vida e presidente da Sociedade Brasileira de Neuropsicologia (SBNp), Rochele Paz Fonseca, para recomendar cinco dicas de como se motivar para estudar um idioma. Confira!
“A motivação precisa ser retroalimentada todos os dias um pouquinho”, afirma Rochele. Para quem não sabe por onde começar, é importante estabelecer o menor passo possível, para que se tenha a sensação de autoeficácia e o sentimento de que é possível conseguir. Como estudar sobre algum idioma 15 minutos por dia, por exemplo.
Para traçar metas efetivas, Rochele recomenda que seja feita a seguinte pergunta: aonde quero chegar? Depois disso, você imagina que essa posição que você quer alcançar está no topo de uma grande escadaria, com diversos degraus. Se o objetivo é falar um idioma fluentemente, é preciso dividi-lo em diversos pequenos passos ou degraus a serem subidos/alcançados.
“Aqui a gente precisa usar a função executiva planejamento. Para executar esse planejamento, é preciso usar a habilidade executiva tomada de decisão. Ambas influenciam diretamente na motivação. Assim, formam-se hábitos em prol do que eu quero para mim”, explica.
Manejar as frustrações nem sempre é uma tarefa fácil. Nesses casos, a professora indica algumas práticas que podem minimizar o sentimento de frustração. “Se chegou o prazo de concluir uma meta, a dica é colocar tudo o que é preciso fazer em um papel, como num brainstorm (tempestade de ideias). Assim, fica mais fácil visualizar o que é prioridade e o que pode ser adiado. Caso sobre tempo, a gente revisa e aprimora. Do contrário, aquela foi a melhor versão que você conseguiu entregar no prazo dado e está tudo certo”, pontua Rochele.
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A autoestima tem a ver com nossa autopercepção da nossa autoimagem; então, quanto mais nos conhecemos, melhor identificamos quais estratégias são mais eficazes para se manter motivado e aprendendo com eficácia. Para Rochele, quanto mais valorizarmos as pequenas conquistas, mais nosso cérebro receberá a mensagem de que é possível. Por isso é importante definir micrometas para que o cérebro se habitue a entender que aquela rota mental significa sucesso.
“Para manter a autoestima é muito importante que a gente não maximize o que deu errado e a gente tente ao máximo valorizar o que deu certo. O que deu errado serviu para gente aprender. Então a dica é listar as coisas que deram errado, estratégias para evitar a repetição desses erros, para que na próxima vez a gente chegue a um resultado mais próximo do ideal”.
Práticas de aprendizagem são enraizadas com hábitos de estudos. Por isso, é fundamental inserir no dia a dia hábitos de retomar o que foi estudado em aula, revisar, fazer esquemas e sínteses, até videoaulas para si mesmo, como se fossem o trailer de um filme. A professora comenta que cada pessoa é única e tem seu processo de aprendizado, por isso é importante se observar para entender quais são as estratégias mais rápidas e efetivas.
“Uma dica de como se motivar para estudar é: faça um pouco todos os dias, começando por cinco minutos, aumentando por dia até chegar ao tempo ideal para si”, finaliza.
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