Com o objetivo de despertar no máximo de pessoas pelo mundo o fascínio pelas plantas, em 18 de maio de 2017 será celebrado o “Dia do fascínio pelas plantas” pelo terceiro ano. Esta edição será realizada pela European Plant Science Organization (EPSO), com ações em vários lugares do mundo.
O objetivo das atividades é atrair o maior número possível de pessoas ao redor do mundo, fascinadas pelas plantas e entusiasmadas com a importância da ciência vegetal para a agricultura, para a produção sustentável de alimentos, bem como para a horticultura, silvicultura e todos os produtos não alimentares como papel, madeira, produtos químicos, energia e produtos farmacêuticos. O papel das plantas na conservação ambiental também será uma mensagem chave.
Muitas instituições (universidades, institutos, jardins botânicos e museus), juntamente com agricultores e empresas, já anunciaram que vão abrir suas portas, com uma variedade de eventos baseados em plantas para toda a comunidade. A PUCRS, através do Instituto do Meio Ambiente, terá uma programação especial para valorizar a data.
Confira mais sobre o evento em www.plantday.org.
EXPOSIÇÃO “PLANTAS FASCINANTES DO PRÓ-MATA”
O Centro de Pesquisas e Conservação da Natureza Pró-Mata, que completa 21 anos em 2017, é uma área da PUCRS de extrema relevância para a conservação da biodiversidade. Preparamos uma exposição de fotos de algumas plantas nativas na área do Pró-Mata que são interessantes sob os mais diferentes aspectos. As fotos estarão acompanhadas de informações sobre as plantas e algumas delas também por espécimes preservados.
Local: Saguão da Biblioteca Central Irmão José Otão
Data: de 18 a 26 de maio de 2017
CAMINHADA PELO CAMPUS: AS PLANTAS FASCINANTES DA PUCRS
O Campus da PUCRS possui uma área superior a 55 ha com prédios e instalações entremeados por vegetação, na sua maioria organizados em jardins. Considerando-se apenas as espécies lenhosas, são mais de 200 espécies já catalogadas, dentre as quais há diversas nativas. Planejamos uma caminhada por entre estes interessantes jardins, para que o público possa se surpreender com as fascinantes plantas que fazem parte deste ambiente urbanizado. Ao longo desta caminhada serão realizadas paradas planejadas para intervenções sobre aspectos peculiares das plantas observadas.
Local de saída: Chimarródromo da PUCRS
Data: 18 de maio de 2017*
Horário: 15h
Tempo estimado: 1h30min
Inscrições: envie um e-mail com seu nome e telefone para [email protected] até 17 de maio. Vagas limitadas!
*Em caso de chuva, a atividade será transferida.
Confira também as atividades promovidas pelo Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS: http://www.pucrs.br/mct/noticias/2017/05/acoes-educativas-maio/
Nesse exposição, você poderá conferir algumas espécies de plantas fascinantes que existem no Pró-Mata. Veja a abaixo a relação das plantas selecionadas para a exposição, com seus nomes científicos e populares.
Agarista sp.
Araucaria angustifolia (“araucária”)
Baccharis uncinella (“vassoura”)
Begonia fruticosa (“begônia-arbustiva”)
Clematis dioica
Dicksonia sellowiana (“xaxim”)
Drimys angustifolia (“casta d’anta”)
Fuchsia regia (“brinco de princesa”)
Helosis brasiliensis (“espiga-de-dragão”)
Ilex paraguariensis (“erva-mate”)
Justicia carnea (“jacobina”)
Mutisia speciosa (“cravo-divino-formoso”)
Senecio conyzifolius (“margarida-melada”)
Solanum corymbiflorum (“baga-de-veado”)
O Campus da PUCRS está repleto de plantas fascinantes. Confira abaixo as espécies selecionadas (em ordem alfabética) para essa programação e algumas curiosidades sobre cada uma.
Acca sellowiana
Conhecida popularmente como “goiabeira-serrana”, trata-se de árvore nativa de pequeno porte, podendo atingir até 4m de altura. É uma Planta Alimentícia Não Convencional (PANC) com fruto comestível, muito semelhante a uma goiaba, porém de coloração esbranquiçada, utilizado na fabricação de geléias e doces. Seu plantio é indicado para a recuperação de áreas degradadas, já que seus frutos atraem diversos animais. A polinização geralmente é feita por pássaros que acabam se alimentando das pétalas das flores.
Imagem: http://www.ufrgs.br/fitoecologia/florars/open_sp.php?img=437
Bauhinia variegata
Essa é uma árvore exótica no RS, muito cultivada como ornamental na cidade. É popularmente conhecida como “pata-de-vaca” devido à forma de suas folhas. Cada folha, na verdade, é composta por dois folíolos geminados (unidos), o que confere este aspecto peculiar. É uma planta de clima tropical, porém bem adaptada ao clima da região sul e sudeste do brasil, sendo inclusive resistente a geadas.
Imagem: https://keyserver.lucidcentral.org/weeds/data/media/Html/bauhinia_variegata.htm
Caesalpinia ferrea
Trata-se de uma árvore nativa com tronco denso e liso, o qual assemelha-se a um cilindro de ferro (motivo do nome popular “pau-ferro”). É uma planta muito utilizada na arborização urbana e possui flores amarelas muito pequenas as quais podem ser visualizadas de agosto a março. A madeira muito utilizada para a fabricação de instrumentos musicais, como violões e violinos.
Imagem: https://belezadacaatinga.blogspot.com.br/2012/05/juca-caesalpinia-ferrea.html
Calliandra tweediei
Conhecida como “topete-de-cardeal”, é uma planta nativa classificada como arvoreta, atingindo no máximo 2m de altura. Suas folhas compostas, com folíolos pequenos e delicados, e suas flores são unidas, formando uma espécie de “pom-pom”. Cada flor é muito pequena, com longos estames (estrutura reprodutiva) vermelhos. São cultivadas e utilizadas como cerca-viva.
Imagem: http://www.ufrgs.br/fitoecologia/florars/open_sp.php?img=5968
Carya illinoinensis
Essa e uma árvore exótica originária dos Estados Unidos. A “noz-pecã” desenvolve-se bem em regiões de clima temperado, podendo atingir até 40m de altura. O fruto é muito apreciado, e, em condições ideais, às árvores podem permanecer frutificando por cerca de 200 anos.
Imagem: http://tree-species.blogspot.com.br/2008/02/pecan-tree-carya-illinoinensis.html
Cedrela fissilis
Essa árvore nativa de importância madeireira, outrora comum em todas as florestas no RS, é conhecida popularmente como “cedro”. Seu fruto é conhecido como “flor-de-pau”, pois a cápsula seca se assemelha a uma flor. A árvores atinge grande porte tanto em altura quanto em diâmetro, no entanto, indivíduos grandes são raros devido ao seu valor madeireiro. Não está ameaçada no estado, mas consta como vulnerável na lista brasileira de flora.
Imagem: http://www.ufrgs.br/fitoecologia/florars/open_sp.php?img=4702
Imagem: http://www.ufrgs.br/fitoecologia/florars/index.php?pag=buscar_mini.php
Cordia americana
A “guajuvira” é uma árvore nativa que ocorre do Rio Grande do Sul até São Paulo e pode atingir até 25 m de altura e 80 cm de diâmetro de tronco. A madeira extraída de seus troncos é amplamente utilizada em construções, fabricação de cabos de ferramentas e outros utensílios, devido a sua grande resistência e alta durabilidade, mesmo quando exposta à umidade. Desenvolve-se em solos úmidos (não encharcados) e suas flores possuem coloração branca, sendo compostas por cinco pétalas. Em medicina popular, as folhas dessa espécie são usadas na preparação de cremes que apresentam propriedades hidratantes.
Imagem: http://www.ufrgs.br/fitoecologia/florars/open_sp.php?img=2347
Cycas revoluta
A “cyca” é uma planta exótica pertencente ao grupo das Gimnospermas (plantas com sementes nuas e sem flor). O tronco espesso e cilíndrico, raramente ramificado, com coroa de folhas no topo. O interior do tronco, região conhecida como medula, é consumido nos países de origem, sendo chamado de sagu. Deve-se no entanto, ter muito cuidado devido à presença de substâncias neurotóxicas. As folhas são longas e possuem diversas ramificações, chamadas de pinas. Há presença de espinhos no pecíolo (base).
Imagem: http://bomets.com/?p=1204
Delonix regia
Conhecida como “flamboyant”, é uma árvore exótica cultivada como ornamental, muito admirada pela intensa floração vermelha e pela copa frondosa. Assim como muitas leguminosas, as sementes desta espécie necessitam passar um processo especial denominado de escarificação para então poderem germinar. É uma árvore muito utilizada em parques e jardins, porém não recomendada para ser plantada em calçadas devido a suas raízes grossas (ditas tabulares), as quais podem trazer rachaduras e outros problemas a estes locais. Suas flores podem ser visualizadas geralmente de outubro a janeiro.
Imagem: http://www.exotic-plants.de/seeds/trees/Delonix-regia.php
Erythrina cristagalli
A “corticeira-do-banhado” é uma árvore nativa imune ao corte conforme Lei Estadual nº 9.519 de 21/01/1992. Possui fruto seco semelhante a uma vagem e suas sementes se parecem com “feijões” pretos com pequenas manchas esverdeadas (sementes rajadas). É considerada a árvore símbolo da Argentina e do Uruguai.
Imagem: http://www.ufrgs.br/fitoecologia/florars/index.php?pag=buscar_mini.php
Erythroxylum argentinum
Esta árvore nativa é conhecida como “cocão” e ocorre do Rio Grande do Sul até São Paulo. Possui fruto de cor avermelhada e suculento, semelhante a pequenos tomatinhos. Este fato torna o fruto muito procurado e consumido por animais, principalmente pássaros. Em solos arenosos geralmente desenvolve-se em forma de arbusto, já em costões rochosos pode assumir padrões arbóreos. Na medicina popular a casca do tronco é utilizada como antisséptico e antimicrobiano.
Imagem: http://www.ufrgs.br/fitoecologia/florars/open_sp.php?img=998
Ficus cestrifolia
Esta árvore nativa, popularmente chamada de “figueira-da-folha-miúda”, é imune ao corte conforme Lei Estadual nº 9.519 de 21/01/1992. Ela germina sobre outras árvores e ao crescer estabelece contato com o solo, enraizando-se e tomando o lugar da árvore que lhe serviu de suporte (hábito hemiepifítico). Por isso, são conhecidas como “mata-pau”. Sua reprodução, com a produção dos figos, depende de uma interação bastante específica com uma microvespa, que utiliza as inflorescências como berçário para a sua prole (veja o vídeo demonstrativo deste processo muito interessante: https://www.youtube.com/watch?v=WAksdepQBqo). Os figos são produzidos durante todo o ano e por isso são fonte de alimento para uma variada fauna.
Imagem: http://www.ufrgs.br/fitoecologia/florars/open_sp.php?img=5313
Luehea divaricata
A “açoita-cavalo” é uma árvore nativa, com tronco revestido por uma casca grossa e rugosa de coloração cinza-escuro. Possui sementes aladas que são facilmente dispersas pelo vento. É uma planta de crescimento rápido, sendo muito recomendado seu plantio em áreas em que se deseja a recuperação florestal. Suas flores possuem pétalas de coloração inicialmente rosa, tornando-se amareladas com o tempo.
Imagem: http://www.ufrgs.br/fitoecologia/florars/open_sp.php?img=1341
Parapiptadenia rigida
O “angico” é uma árvore nativa presente nos estados de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, São Paulo até o Rio Grande do Sul. Possui fruto tipo legume, semelhante a uma vagem, com as semestes achatadas. A madeira muito utilizada para fabricação de postes elétricos e outros fins de construção. As flores são pequenas, amarelas e muito numerosas, ficando dispersas em uma espécie de espiga, sendo muito procuradas principalmente por abelhas.
Imagem: http://www.ufrgs.br/fitoecologia/florars/open_sp.php?img=2872
Passiflora edulis
Essa é uma planta nativa muito conhecida por produzir o Maracujá. É uma planta trepadeira, ou seja, necessita de apoio de muros, grades ou semelhantes para se desenvolver. Suas flores são vistosas e muito atrativas para polinizadores. Possui um padrão de coloração utilizando cores vibrantes, como roxo, rosa, vermelho e amarelo. A flor do maracujá geralmente é polinizada por Mamangavas ou “Zangões” (Bombus sp. – https://www.youtube.com/watch?v=njqbCJTgV-M).
Imagem: http://angio.bergianska.se/Bilder/rosids/Malpighiales/Passifloraceae/Passiflora/
Prunus serrulata
A “cerejeira-do-japão” éuma árvore exótica plantada no Campus da PUCRS comemorativamente ao lado de uma árvore nativa. Sua floração é considerada atração turística e motivo de comemoração no Japão, ganhando inclusive um nome especial chamado Hanabi. Este costume também ocorre em outros locais do mundo (p. ex. em Washington) (para mais informações acesse – http://us.jnto.go.jp/heritage/bf_cherry.php?bf=1). Suas flores podem possuir tons de rosas até coloração branca. São tolerantes ao frio, desenvolvendo-se melhor em baixas temperaturas. Por este motivo, seu cultivo no Brasil é mais apropriado nas regiões sul e parte do sudeste.
Imagem: http://www.thetreeplantation.com/34-prunus-serrulata-kwanzan.php
Quercus lobata
O “carvalho” é uma árvore exótica, endêmica na Califórnia. Em condições ideais, podem atingir até 600 anos. Seu fruto é seco e chamado popularmente de bolota. As folhas são ditas lobadas, pois possuem alguns “recortes” profundos nas margens.
Imagem: http://cemarin.ucanr.edu/Programs/Custom_Program97/Types_of_oaks/White_Oaks/
Schinus terebinthifolius
Também chamada de “aroeira-vermelha”, é uma árvore nativa popularmente conhecida como pimenta-rosa, devido ao seu fruto pequeno, arredondado e de coloração rosa-avermelhado. É considerada Planta Alimentícia Não Convencional (PANC), sendo seu fruto muito utilizado como condimento no preparo de diversos pratos e na indústria de carnes e embutidos, substituindo a pimenta-do-reino. Na Flórida (EUA), devido à sua rápida propagação, tornou-se uma espécie infestante.
Imagem: http://www.ufrgs.br/fitoecologia/florars/open_sp.php?img=1299