Um livro feroz: assim foi definido “Mandíbula”, segunda leitura do grupo Livros dos Andes
Mediado pela escritora Julia Dantas, o grupo de leitura se reúne no Ateliê PUCRS Cultura para debater obras de mulheres latino-americanas
O grupo de leitura Livros dos Andes, que acontece nas quintas-feiras, às 17h, no Ateliê PUCRS Cultura, tem como proposta a discussão de três obras: Terra fresca da sua tumba, de Giovanna Rivero (Bolívia), já trabalhada pelo grupo; Eisejuaz, de Sara Gallardo (Argentina), que fechará o ciclo de estudos; e Mandíbula, de Mónica Ojeda (Equador), que será discutido na próxima quinta-feira (11/5), às 17h, em bate-papo com a escritora Irka Barrios.
As inscrições para o grupo já estão encerradas, mas você ainda pode participar do bate-papo, que conta com entrada gratuita e aberta ao público! A atividade é voltada não somente para quem puder realizar a leitura prévia do livro, mas também para pessoas interessadas em conhecer a obra, proporcionando um mergulho no universo da literatura contemporânea latino-americana.
O segundo livro da programação: Mandíbula
Publicada no ano de 2018, Mandíbula é uma narrativa sobre meninas adolescentes que exploram os limites de dor e resistência de seus corpos. Fernanda acorda em um lugar desconhecido após ser sequestrada por sua professora: essa é a cena inicial que anuncia uma trama de relações densas, às vezes sádicas e sempre complexas entre as personagens femininas. Apesar do início já cheio de tensão, o livro se torna realmente perturbador quando mergulhamos nos eventos que levaram ao sequestro.
É na relação entre Fernanda e sua melhor amiga que vemos a verdadeira face macabra da história. Mandíbula é uma obra que não hesita em falar com crueza dos tormentos da juventude e das loucuras que podem acometer uma mulher adulta, criando, além disso, uma cosmogonia de terror para uma divindade cada vez menos fictícia.
Sobre a escritora Mónica Ojeda
Mónica Ojeda nasceu em 1988, em Guayaquil, no Equador. É licenciada em comunicação social pela Universidade Católica de Santiago de Guayaquil e mestre em criação literária pela Universitat Pompeu Fabra, de Barcelona. Além de Mandíbula (2018), publicou os romances Nefando (2016) e La desfiguración Silva (2014).
Já recebeu prêmios como o ALBA Narrativa, o Prêmio Nacional Desembarco de Poesia Emergente e o Prêmio Prince Claus Next Generation. Em 2017, foi incluída na lista Bogotá39, do Hay Festival, de melhores escritores de ficção latino-americanos com menos de 40 anos. Em 2021, foi indicada pela revista Granta como uma das melhores autoras hispânicas com menos de 35 anos.