Grupo de leitura no Ateliê PUCRS Cultura discute livros escritos por mulheres latino-americanas
O grupo de leitura Livros dos Andes é um convite para conhecer obras literárias da Bolívia, do Equador e da Argentina
Livros da programação / Foto: Julia Dantas
O grupo de leitura Livros dos Andes, que inicia nesta quinta-feira (20/04), às 17h, no Ateliê PUCRS Cultura, tem como proposta a leitura de três obras escritas por mulheres latino-americanas: Terra fresca da sua tumba, de Giovanna Rivero (Bolívia); Mandíbula, de Mónica Ojeda (Equador); e Eisejuaz, de Sara Gallardo (Argentina). Com seis encontros mediados pela escritora Julia Dantas, o grupo abre espaço não somente para quem puder realizar a leitura prévia dos livros, mas também para pessoas interessadas em conhecê-los, proporcionando um mergulho no universo da literatura contemporânea latino-americana.
Para cada livro da programação serão destinados dois encontros. No primeiro, será feita a leitura conjunta de trechos da obra, dando início ao debate crítico. No segundo, a conversa se estende a um bate-papo com uma convidada especial, que vem ao Ateliê PUCRS Cultura a fim de enriquecer a discussão. As inscrições para participar são gratuitas, clique aqui para mais informações.
O primeiro livro da programação: Terra fresca da sua tumba
Foto: Julia Dantas
A proposta de leitura para os dois primeiros encontros é Terra fresca da sua tumba, de Giovanna Rivero, um livro que mergulha no estranho, no macabro e nas interações da vida cotidiana. Composto por seis contos, traz personagens desgarrados em busca de compreensão do mundo e do passado: uma mãe que confronta o único homem que sabe a verdade sobre a morte de seu filho num naufrágio; uma imigrante japonesa na Bolívia que recebe uma peculiar hóspede em sua casa; uma jovem de comunidade religiosa que compreende que o abuso é apenas uma das violências possíveis contra as mulheres; uma mulher que descobre traumáticos segredos familiares; um casal de irmãos bolivianos que se muda para a vizinhança de uma comunidade indígena no Canadá; um homem que se submete a testes médicos para ganhar dinheiro. Esse é o panorama de singulares seres humanos que circulam pelas páginas de Giovanna Rivero.
Os mortos estão por toda parte nesse livro, mas extremamente vivos. São presenças fortes para falar de violências concretas e simbólicas, de opressões e violência, da loucura e do inexplicável. Este refinado equilíbrio entre a sombra do terror social e a pulsão de vida é a marca das narrativas reunidas em suas páginas. A terra fresca da sua tumba aparece como morada final e como um novo início.
Sobre a escritora Giovanna Rivero
Giovanna Rivero nasceu em Montero, Bolívia, em 1972, e mora em Lake Mary, nos Estados Unidos. É escritora e doutora em literatura hispano-americana pela Universidade da Flórida. É autora dos livros de contos Las bestias (1997), Prêmio Municipal de Santa Cruz; Contraluna (2005); Sangre dulce (2006); Niñas y detectives (2009); e Para comerte mejor (2015), Prêmio Dante Alighieri. Publicou quatro romances: Las camaleonas (2001); Tukzon (2008); Helena 2022 (2011); e 98 segundos sin sombra (2014), transposto ao cinema por Juan Pablo Richter e vencedor do Prêmio Audiobook Narration.
Em 2004, a autora participou do Iowa Writing Program e, em 2007, recebeu a bolsa Fulbright. Em 2005, obteve o Prêmio Nacional de Contos Franz Tamayo e, em 2015, o Prêmio Internacional de Contos Cosecha Eñe. A Feira Internacional do Livro de Guadalajara de 2011 incluiu Rivero na lista dos 25 Segredos Literários Melhor Guardados da América Latina.