01/12/2022 - 10h43

Maréia, de Miriam Alves, marca o encerramento do grupo de leitura conduzido por Tônio Caetano

Ao longo do semestre, o grupo realizou um total de oito encontros no Ateliê PUCRS Cultura

Maréia, de Miriam Alves / Foto: divulgação

O grupo de leitura Ateliê PUCRS Cultura – Literatura Negro-Brasileira: ontem, hoje e amanhã, conduzido pelo professor e escritor Tônio Caetano, chega ao seu último encontro, com o oitavo livro da lista, Maréia, publicado em 2019 por Miriam Alves.  

A narrativa reconstrói, em seus dezessete capítulos, a história de duas famílias: uma de brancos, os Menezes de Albuquerque, e outra de negros, os Nunes dos Santos – núcleo ao qual pertence Maréia. Enquanto a memória da família de Maréia é permeada pela resistência e pela espiritualidade, a memória da família Menezes de Albuquerque é forjada como narrativa heroica para encobrir a colonialidade do poder e da riqueza, conquistados às custas da invasão de territórios, da escravização e da dizimação de civilizações. Em um enredo que envolve fé, mistérios e maldições, essas duas histórias familiares aparentemente independentes se cruzam na brutalidade da experiência colonial.   

A atual edição do grupo de leitura teve como objetivo debater a escrita de autoria negra, trazendo uma seleção de livros com olhares diversos sobre a questão racial e as questões de classe e gênero brasileiras. Os encontros, com inscrições esgotadas, aconteceram quinzenalmente nas quintas-feiras, das 17h30 às 19h, no espaço físico do Ateliê PUCRS Cultura. 

 (…) a certeza de que existe a renovação em tudo que enxergamos como final. As coisas findam e principiam, com a mesma energia vital. É o que se vê. É o que não se vê. Sabemos. A força do ilusório e do real mutuamente se alimentam, proporcionando o movimento do mundo.

(Trecho de Maréia, de Mirian Alves) 

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