Bate-papo sobre “Eisejuaz” encerra o grupo de leitura Livros dos Andes
O grupo contou com uma programação de seis encontros voltados para a leitura de obras da América Latina, com mediação da escritora Julia Dantas
O grupo de leitura Livros dos Andes, que acontece nas quintas-feiras, às 17h, no Ateliê PUCRS Cultura, apresentou como proposta a discussão de três obras: Terra fresca da sua tumba, de Giovanna Rivero (Bolívia), Mandíbula, de Mónica Ojeda (Equador) e Eisejuaz, de Sara Gallardo (Argentina). Encerrando os encontros da programação, o último livro será discutido na próxima quinta-feira (25/5), às 17h, em bate-papo com a professora Liliam Ramos e a mediadora Julia Dantas.
As inscrições para o grupo já estão encerradas, mas você ainda pode participar do bate-papo, que conta com entrada gratuita e aberta ao público! A atividade é voltada não somente para quem puder realizar a leitura prévia do livro, mas também para pessoas interessadas em conhecer a obra, proporcionando um mergulho no universo da literatura contemporânea latino-americana.
Sobre o último livro da programação: Eisejuaz
Eisejuaz é um homem indígena cindido entre duas culturas e entre dois sistemas de crenças: de um lado, o cristianismo trazido por missionários estrangeiros e, de outro, o xamanismo ancestral de seu povo. É desse choque que surge uma visão singular de mundo, que concilia o deus único dos cristãos com as vozes e os mensageiros da floresta.
A autora Sara Gallardo criou uma linguagem própria para escrever Eisejuaz. Às vezes comparada a Guimarães Rosa e às vezes a Juan Rulfo, a voz narrativa é repleta de poesia, mas também de elipses e não-ditos.
Eisejuaz é um personagem em conflito inspirado em um homem real de Salta entrevistado pela autora nos anos 1960. Gallardo e Eisejuaz vieram de mundos diferentes, mas o encontro entre eles produziu esta que é uma das mais belas obras da literatura argentina do século XX.
Sobre a autora Sara Gallardo
Sara Gallardo Drago Mitre nasceu na capital argentina, Buenos Aires, em 1931. Com uma extensa biblioteca na casa da sua família, a futura escritora e jornalista teve as portas da literatura abertas para si desde cedo.
Seu primeiro romance publicado foi Janeiro (1958), seguido por oito publicações ao longo de sua vida: Pantalones azules (1963), Los galgos, los galgos (1968), Eisejuaz (1971), Los dos amigos (1974), Teo y la TV (1974), Las siete puertas (1975), El país del humo (1977), La rosa en el viento (1979) e Adelante, la isla (1982).
Seu romance Los galgos, los galgos (1968) ganhou o Primer Premio Municipal e o Prêmio Ciudad de Necochea. Sara também atuou nas revistas Primeira Plana e Confirmado e no jornal La Nación. Ela faleceu em 1988, aos 56 anos.