A voz do contratenor por trás de BACH Concerto de Páscoa
Concerto é exibido no dia 3 de abril, às 19h, no canal da PUCRS no YouTube
Paulo Mestre – Contratenor | Foto: Eroica Conteúdo
No dia 3 de abril, sábado, às 19h, a Pró-Reitoria de Identidade Institucional, por meio da PUCRS Cultura, exibe a estreia de BACH Concerto de Páscoa. Gravado na Igreja Universitária Cristo Mestre no Campus da PUCRS, o concerto tem as participações de Fernando Cordella, maestro e cravista, Paulo Mestre, contratenor, Cíntia De Los Santos, soprano, Flávio Leite, tenor, Mauro Pontes, baixo, Giovani dos Santos, violino barroco, Marcio Cecconello, violino barroco, Leonardo Bock, viola barroca, Diego Biasibetti, violoncelo barroco e viola da gamba, e Alexandre Ritter, violone.
Além da orquestra, regida por Fernando Cordella, que apresenta peças solo para cravo e violoncelo, um dos destaques do concerto são as obras vocais de corais e árias cantadas pelo curitibano Paulo Mestre. Com uma ilustre carreira no canto erudito brasileiro e internacional, Mestre carrega consigo a raridade de uma voz que ultrapassa a tessitura do tenor – a voz de contratenor.
O contratenor é um cantor masculino que possui tessitura, timbre e outras características vocais da voz feminina. Para alcançar essa voz, o contratenor precisa ter a tessitura na região do contralto, mezzo-soprano ou soprano. Há cantores que são contratenores por natureza, outros conseguem desenvolver tal voz através de muita técnica vocal.
Um dos mais importantes contratenores do mundo foi Russel Oberlin, estadunidense pioneiro no renascimento musical, sobretudo do contratenor, a partir da segunda metade do século XX na América. Além de trazer grande representatividade para a classe, Russel resgatou o uso dessa voz no canto lírico, onde cantava com conforto, naturalidade e sonoridade feminina sem precisar recorrer ao falsete para atingir notas altas. Também foi um dos membros fundadores da New York Pro Música Antiqua, grupo musical especializado em música medieval e renascentista, fundado em 1952. Russel faleceu no ano de 2016, aos 88 anos em Manhattan. Na música popular brasileira, é possível destacar outros célebres contratenores, como Ney Matogrosso, Edson Cordeiro e Pabllo Vittar.
Sobre a Bach Brasil
A série BACH BRASIL surgiu do desejo de ouvir obras históricas da música barroca por meio de performances realizadas por músicos brasileiros de nível internacional. É um projeto da Bach Society Brasil, uma sociedade de amantes da música do artista Johann Sebastian Bach (1685 – 1750), considerado hoje um dos mais importantes artistas da história da música.
Bach foi um músico, compositor e organista alemão que hoje integra a tríade dos maiores músicos eruditos ao lado de Beethoven e Mozart. Teve uma breve carreira como cantor e, quando a mudança de voz começou a prejudicá-lo, dedicou-se principalmente aos instrumentos de corda. A sua última obra A Arte da Fuga, foi produzida quando a sua visão já estava debilitada. Aos 65 anos, Bach estava cego. Na segunda metade do século XIX foi criado o Bach Gesellschaft, um instituto responsável por coletar toda a sua produção. Graças a esse trabalho, o mestre começou a ser consagrado.
A Bach Society Brasil é presidida por Gilberto Schwartsmann e tem direção artística de Fernando Cordella. A série Bach Brasil teve seus concertos iniciados em 2020. Este concerto é o oitavo da série e faz parte da programação de Páscoa da Universidade. A transmissão ocorre através do Canal da PUCRS no YouTube – no qual ficará disponível para acesso posterior.
Programa do Concerto:
Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)
– Sinfonia da Cantata “Christ lag in Todesbanden” BWV 4
– Erbarme dich, mein Gott, da Paixão segundo São Mateus BWV 244
– Prelúdio da Suite para Violoncelo No.2 em Ré menor BWV 1008
– Aria das Variações Goldberg BWV 988
– Es ist vollbracht, da Paixão segundo São João BWV 245
– Wir essen und leben wohl, coral da Cantata “Christ lag in Todesbanden” BWV 4
– Aleluia, do Moteto “Lobet den Herrn” BWV 230
A mostra é o resultado da pesquisa colaborativa dos estudantes das disciplinas Estágio em Fontes Escritas e Estágio em Fontes Visuais, do curso de História