O papel do profissional de comunicação diante das eleições de 2024

21/02/2024 - 15h54

Entenda as campanhas das eleições e o papel vital do profissional de comunicação política através do ponto de vista de Angelo Carnieletto Müller, doutor em Comunicação pela Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, da PUCRS. 

Angelo Muller, doutor em Comunicação pela Famecos (PUCRS)

Foto: Arquivo pessoal

Na eleição deste ano, o Brasil escolherá 5,5 mil prefeitos e quase 60 mil vereadores. Este é um momento político estratégico, porque forma uma das mais relevantes forças de trabalho do próximo processo eleitoral.

Os atuais governadores, deputados, senadores, além da própria Presidência da República, dependem absolutamente da atuação e do apoio de prefeitos e vereadores para serem reconduzidos ou elegerem seus sucessores.

Por isso mesmo, há muito valor envolvido e todos os olhos estão voltados para outubro. Em dezembro do ano passado, o Congresso Nacional aprovou em R$ 4,96 bilhões o valor do fundo eleitoral destinado a custear as campanhas.

 

Investimentos em Comunicação

Isso sem contar o fundo partidário, das doações de pessoas físicas e do dinheiro dos próprios candidatos. E sabe para onde a maior parte desse valor será destinada? Sim, para a comunicação.

Em 2022, os números divulgados pelo TSE há duas semanas do primeiro turno davam conta de que haviam sido gastos R$ 1,2 bilhão em publicidade por materiais impressos, R$ 450 milhões em programas de rádio, televisão ou vídeo, R$ 400 milhões em adesivos e R$ 364 milhões em impulsionamento de conteúdos. Isso sem falar nos gastos com as equipes que, no total, já superavam R$ 1,4 bilhões.

Se compararmos com 2018, estamos falando de um crescimento em quatro anos de 400% em investimento em Google Ads, 100% no Meta, 60% em impulsionamentos e de 60% em pessoal.

 

BAIXE O INFOGRÁFICO: USO DE DADOS NA COMUNICAÇÃO POLÍTICA

 

Realidade da Comunicação Política: Desafios e Responsabilidades

Desta maneira, é possível ter uma ideia da importância da demanda por profissionais qualificados e dispostos a participar desse mercado. Por outro lado, o recuo de 30% em rádio e TV não chega a surpreender, mas dá uma boa ideia da perda de relevância das mídias tradicionais e da comunicação de massa no processo frente ao digital, à segmentação e ao contato pessoal.

Designers, videomakers, social medias, redatores e especialistas em marketing digital, fazem cada vez mais parte do coração de uma campanha eleitoral. Sem eles, de nada adianta estratégia, posicionamento e planejamento.

No entanto, uma boa dose de realidade é indispensável para estes profissionais. Como o próprio nome diz, estamos falando de “campanhas”, onde exige-se dedicação e comprometimento altíssimos durante um relativamente curto espaço de tempo.

 

(Angelo Carnieletto Müller, Doutor em Comunicação, Famecos, PUCRS).

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