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O primeiro debate de especialistas do Brasil e da Austrália, promovido pelo Ciebraus, discutiu exemplos concretos de inovação no desenho do currículo internacionalizado. O evento iniciou com Craig Whitsed, da Curtin University, falando sobre os desafios que levaram sua instituição a desenvolver metodologias novas para a definição do currículo em casa.
A universidade tem como meta transformar-se em uma instituição global, atraindo assim um enorme contingente de estudantes estrangeiros, sobretudo da Ásia. A corte australiana de alunos também possui origem diversa, com uma população significativa dos povos originários, bem como segunda e terceira geração de imigrantes. Com um total de 50 mil estudantes, a Curtin precisou trabalhar para acomodar a diversidade internacional e doméstica em seus campi, bem como descobrir como usar isso para produzir um currículo inovador.
“Inovador não está associado à tecnologia, como se pensa mais comumente. Mas abarca novas formas de responder a desafios significativos de diversidade, com um espírito aberto que produz uma experimentação organizada no currículo”, explicou Craig. O primeiro passo para isso, segundo ele, é engajar professores, sempre muito ocupados, em atividades que sejam significativas para resolver questões de seu dia a dia. Assim, as interconexões entre contextos locais, nacionais e globais são a chave para refletir sobre práticas em sala de aula. A partir disso e utilizando o modelo desenvolvido por Betty Leask da La Trobe University é possível reunir equipes nas disciplinas para rever e incorporar novas dimensões ao trabalho em sala de aula. O fundamental seria estabelecer processos cíclicos de revisão, planejamento, ação e avaliação focados na empatia com toda a comunidade dentro e fora do campus.
Em seguida, a professor da Escola de Direito da PUCRS, Gabriela Wallau trouxe a experiência brasileira de lidar com outro tipo de diversidade – racial, social e econômica, presentes de forma crescente nas universidades do país. Ela ressaltou que programas de mobilidade são muito limitados em suas possibilidades de impacto sobre a diversidade em sala de aula, ao passo que a internacionalização do currículo pode trazer benefícios a todos os estudantes e à comunidade como um todo. “A tecnologia pode não ser necessariamente o ponto central dessa discussão, mas ajuda na sua execução posterior”, observou. Segundo ela, o fator humano torna-se cada vez mais estratégico, na medida em que o mundo evolui em ritmo acelerado. “Preparamos os alunos sem saber qual será o planeta no qual irão atuar em vários aspectos. Mas com relação à diversidade sabemos que será crescente e cada vez mais complexa e podemos usá-la a nosso favor nessa formação”, conclui.
O projeto PUCRS 360°, destacado por Gabriela, vem se movendo nesta direção. Atua em sete escolas diferentes da universidade, com itinerários formativos mais flexíveis, que interagem de forma mais ampla com a diversidade da comunidade acadêmica, levando os alunos a uma convivência mais significativa com os diferentes como parte desse processo.
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